Cirurgia bariátrica

Esse espaço é dedicado com carinho, à pessoas que tem curiosidade, dúvidas ou outro tipo de interesse na cirurgia bariátrica.

Espero ajudar de alguma forma.

domingo, 25 de dezembro de 2011

38- NATAL

Me sinto como um ratinho de laboratório ao postar esse diário de redução mas, ele foi feito para isso, não é?



Às vezes me pergunto se vou comer assim o resto da minha vida.

Não consigo comer! Simplesmente não entra nada que os olhos queiram e que o estômago não aceite.

GULA??? Acreditem... acabou! Não tem espaço!

A mesa estava farta com todos os pratos de uma ceia tradicional e que espero o ano inteiro, que eu adoro e que fiz com tanto amor e carinho.

Conversas, entrega de presentes e jantar. Como eu queria comer tudo aquilo... Bastou uma colher de uma coisa, meia colher de outra, uma lasquinha daqui, outra dali e ficou metade no prato. Os olhos queriam mas o estômago gritava: deuuuuuuuuu!



Tô me preparando psicologicamente para parar de fumar. Tô quase me prometendo parar até fevereiro mas sinto que o prazer de fumar é maior do que de nunca mais colocar um cigarro na boca. Esse "nunca mais" é que é terrível para mim. Mas eu chego lá!

Tem vezes que ao fumar o primeiro cigarro fico tonta. Já imaginei o que a nicotina faz dentro da gente e pensei no motivo de eu insistir em fazer algo que sei, que é extremamente prejudicial. Só posso acreditar que essa coisa, é tão poderosa e causa tanta dependência, que não sei como não é proibida e tem tanta gente, que apesar da conscientização que existe hoje em dia, estão começando.

Se alguém pudesse me ouvir, diria: Nem cheguem perto! Não provem! Não comecem uma coisa que sabem que vai acabar mal.

Já parei três vezes e sempre senti falta. Mas sei que a gente acaba conseguindo conviver com o que nos faz falta.



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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Marta Medeiros - PUDIM


Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir Pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido. Um só.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir
quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou
moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade. A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons. Conquista a chamada
liberdade, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das
mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel
ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação... Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai
ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'. Deixar de lado a régua,o
compasso,a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o
que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase
mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'..
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos
(devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração
saciado.
Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro,um sofá pra eu ver
10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK? Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago.

37- Uma ano e quatro meses depois



Um ano e quatro meses de cirurgia. Muitas vezes penso que foi ontem, outras parece que nunca fiz.

Semana passada ouvi alguém me chamando de "magra". Na hora nem pensei que fosse comigo. Eu? Magra?

Pois é, custa cair a ficha! Cada vez que me olho no espelho, vejo alguém ainda meio diferente daquele sorriso.

Estou com 65 kg. Cada vez que penso que parei, lá vai mais um pouquinho...

Quem deseja fazer redução, pense bem antes, avalie se vale à pena e façam tudo o que for recomendado, como por exemplo, uma boa nutricionista e um psicólogo. Não pulem etapas. Não tentem apenas conseguir o atestado. Façam! Não estarão perdendo tempo e sim, ganhando saúde física e mental.

É! Em muitos casos, ela dá certo por tempo DETERMINADO. Algumas pessoas pensam que apenas por ter feito a cirurgia, podem comer à vontade. NÃO É BEM ASSIM!

O estômago pode (e vai) voltar aos poucos, por isso, comam tudo o que quiserem mas, um pouco de cada vez. Não percam a oportunidade e não coloquem os pés pelas mãos.

Eu não me arrependo mas se eu tivesse que voltar atrás em alguma coisa, daria mais valor ao que meu médico recomendou.: ficar atenta as compulsões. Deixamos o prazer da comida e vamos achar prazer em outras coisas. No meu caso: cigarro

Na última postagem contei que voltei a fumar depois de tres anos. Pois estou fumando uma carteira em menos de dois dias.

Sei que serei obrigada a parar antes da plástica e já estou me preparando psicologicamente.

Antes dava muito valor a vida mas mudei o modo de encara-la.

Depois de ter perdido uma amiga, algumas coisas passaram a ter um sentido diferente. Muitos por quês, muita dúvida...

Sou e estou muito feliz mas, por momentos como os de perda... não é fácil!

Tudo vai melhorar!