Já estou em casa feliz da vida com a nova dieta. Estou à 7 dias sem comer nada sólido.
Cheguei ao hospital às 7:00 hs do dia 14 de agosto de 2010. Fiz toda a papelada, peguei a chave do quarto e soube que a cirurgia estava marcada para às 8:00 hs. Não dava tempo de mais nada. Nem de fugir. Comecei a arrumar as roupas no armário, quando o anestesista chegou para a entrevista, em seguida a roupa cirúrgica e, logo após a picadinha para me fazer ficar "levinha". Meu marido, de sacanagem, aproveitou o "efeito anestesia" para perguntar se eu queria dizer algo mas, em seguida disse que não queria saber de nada.
Cheguei no quarto às 14:30 hs mas, não lembro de muita coisa. A dor que senti foi culpa minha, pois fiz a besteira de tomar um laxativo natural duas noites antes da cirurgia. Os gases ficaram dançando o tempo inteiro e, como eu não conseguia colocar para fora (SOU MUITO EDUCADA) a dor foi absurda. A dor era mais no peito e se eu pudesse teria gritado: "Pára o mundo porque eu quero descer!"
No segundo dia já estava melhor. Fui melhorando pouco à pouco.
Dor da cirurgia? Nenhuma! Nem estômago, nem pontos. Apenas um certo desconforto, um tipo de pressão dos lados; o soro fez minha mão inchar; nunca me imaginei usando "comadres" ou alguém me dando banho... é a vida! Faz parte!
Minha mãe me ajudando o tempo inteiro, rindo e me fazendo rir, dormindo quando eu tinha pena de acordá-la, comendo um hamburguer no quarto rsrsrs, eu só poderia estar bem!
Ficava imensamente feliz ao ver Dr. Mohamed abrir a porta do quarto. Ele me deixa tranquila, calma, confiante... só me passa coisas boas! Perguntou como estava e disse que estava pronta para colocar silicone nos seios e para fazer a plástica abdominal que o plano dá a quem faz essa redução.
Falando nisso, meu estômago tinha 30 cm e fiquei com apenas 5 cm. Ele não foi tirado, apenas separado até atrofiar, pois segue produzindo enzimas e um monte de nutrientes, entre outra coisas. Devo emagrecer cerca de 40% do meu peso ao entrar na sala cirúrgica.
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Cheguei em casa, resolvi fazer a salada do meu filho que, entre outras coisas, leva uma lata de milho. Quando abri a lata, caiu um grão que, automaticamente, coloquei na boca e já estava mastigando. Me deu um frio na barriga, pois se eu tivesse engolido, certamente teria parado no hospital. Em seguida coloquei o remédio na boca mas, na mesma hora tirei. Tem que ser triturado para que eu possa engolir. Resolvi me manter o mais zen possível, se é que é possível. Faço a coisas com o maior cuidado, porque não posso me dar ao luxo de "esquecer" e, pegar uma batatinha palha ou um farelo de pão caido na toalha, por exemplo.
Toda essa etapa está fazendo driblar a minha ansiedade e me ajustar a nova vida, que espero mudar.
Minha dieta se resume em 20 ml de líquidos por hora. Ex: Água, suco de fruta, água de coco, caldo de carne ou galinha. Minha mãe fez um caldo de feijão que mais parece feijoada, faz sopas. Mais tarde tomarei um iogurte que aguardo como a um banquete, enquanto todos comerão um fondue de chocolate. Ainda bem que não é de queijo ou carne. Não posso com nada doce pois última coisa que eu queria era a síndrome de dumping, que explico melhor depois.
Minha mãe me disse que essa cirurgia afetou meus olhos, pois acha que estou com os olhos arregalados. Descobri que não são os olhos; foi o rosto que murchou!
Tenho que seguir por muito tempo algumas regras. Não pegar peso; não dirigir 15 dias depois da cirurgia; só dieta líquida; posso subir escadas apenas uma vez por dia; 3 tipos de remédio por algum tempo, etc...
Hoje faz exatamente uma semana que fiz a cirurgia e já emagreci 5 kg. Estou na média de 700 g por dia.
Semana que vem tenho Camila, minha nutricionista, para ver o que entra no novo cardápio. É provável que entre com líquidos pastosos e deixe de "pastar".
